Desenvolvimento de metodologia para escolha de plantas apropriadas para implementação de cortinas verdes

Abstract

As questões climáticas têm afetado todas as regiões do planeta com a alteração do regime de chuvas, aumento do nível dos oceanos e principalmente na elevação das temperaturas. Nas cidades, a inadequação das edificações do ponto de vista bioclimático e sua organização urbana, sofrem as consequências pela supressão da vegetação nativa original, impermeabilização do solo, canalização de rios e córregos e pela formação das ilhas de calor. Nesse contexto, a implantação de cortinas verdes, especialmente nas edificações já construídas, desprovidas de elementos arquitetônicos de sombreamento e com alto índice de insolação direta por longos períodos do dia, mostra-se como alternativa de urgência visto que projetualmente não houve solução prevista para o problema em questão. Entretanto, a falta de material técnico ou consultivo para a escolha de plantas adequadas para esse tipo de jardim vertical é escasso ou inexistente. Este trabalho teve por objetivo desenvolver metodologia para escolha de plantas apropriadas para o uso em cortinas verdes e que sejam adequadas ao clima brasileiro. A definição de critérios relativos ao tipo, uso, forma, características de crescimento, cuidados e manutenção de plantas escaladoras foi associada às condições geográficas e climáticas do país. A partir dos dados obtidos foi desenvolvida metodologia para escolha das plantas com aplicação prática em uma edificação na cidade de Votuporanga - SP. Os resultados obtidos validaram a metodologia e a planta escolhida pode ser identificada por uma ficha catalográfica com informações textuais e visuais. De modo geral, a falta de material técnico que auxilie o usuário a instalar uma cortina verde em edificações pouco complexas pode contribuir com o desconhecimento desse tipo de intervenção e seus benefícios a médio e longo prazos. A possibilidade de profissionais e usuários terem acesso ao material desenvolvido mostrou-se como caminho promissor na redução das temperaturas internas dos ambientes, na redução do uso de aparelhos de ar-condicionado, na redução no consumo de energia elétrica e na contribuição da (re)vegetação do espaço urbano.