Influência do agente clareador no volume, porosidade e desadaptação marginal de materiais empregados para confecção da barreira cervical
Abstract
O objetivo neste estudo foi avaliar qualitativa e quantitativamente, por meio de microtomografia computadorizada (microCT), o volume, a porosidade e a desadaptação marginal na barreira cervical confeccionada com cimento de ionômero de vidro
convencional (CIV), cimento de ionômero de vidro modificado por resina (CIVR), resina composta fluida (RF) e agregado de trióxido mineral (MTA), após aplicação do agente clareador. Secções de 6 mm de altura, escaneamento obtidos do terço cervical de 40 raízes de incisivos centrais superiores bovinos, foram aleatoriamente distribuídas em 4 grupos (n=10) e seladas apicalmente com guta percha aquecida e condensada. Os materiais foram manipulados de acordo com os fabricantes e inseridos no conduto
radicular para confecção da barreira cervical com 2 mm de espessura. Em seguida os espécimes foram submetidos ao escaneamento inicial e o protocolo de clareamento interno foi realizado em quatro sessões com três aplicações de peróxido de hidrogênio 35% em gel por 15 min, com intervalo de 7 dias entre as sessões. Os espécimes foram, então, escaneados após cada sessão da aplicação do gel clareador e as microtomografias foram avaliadas quanto a alteração volumétrica, porcentagem de poros e desadaptação marginal da barreira cervical. Na análise intra-grupos do percentual de redução volumétrica do material em relação à sessão inicial não foi observada diferença estatisticamente significante em nenhum dos grupos avaliados. Com relação ao percentual de poros foi observada diferença estatística intergrupos (p<0,05), na comparação intra-grupos, não foi observada diferença estatisticamente significante. Para a desadaptação marginal da barreira cervical houve diferença estatisticamente
significantes intergrupos (p<0,05). Na comparação intra-grupos observou-se que para a desadaptação lateral os grupos RF e MTA não apresentaram diferença estatisticamente significante entre as sessões (p>0,05). No entanto, para o grupo CIVR foi observada
maior desadaptação lateral na 2a sessão comparada à sessão inicial (p<0,05) e para o grupo CIV a maior desadaptação foi observada na 3a e a 4a sessões comparadas as demais (p<0,05). Para a desadaptação apical não foram observadas diferenças
estatisticamente significantes entre as sessões para nenhum grupo. Concluiu-se que a resina composta fluida foi o material que apresentou melhor comportamento em relação ao volume, porosidade e desadaptação marginal, após a aplicação do agente clareador.