Avaliação de parâmetros físicos e químicos da qualidade do ar para uma biblioteca de uma Instituição de Ensino na cidade de Belém/PA

Abstract

A qualidade do ar em ambientes internos é importante, devido estar associada à saúde e ao bem-estar da humanidade. A pandemia da COVID-19, vivenciada no Brasil a partir do ano de 2020, despertou a preocupação mundial a respeito da qualidade do ar em ambientes fechados. A eficiência da filtragem e da renovação do ar no ambiente interno podem reduzir a concentração de vírus, bactérias e microrganismos no ar, contribuindo com a diminuição do risco de contágio de doenças. Este trabalho foi realizado na Biblioteca de uma instituição de ensino na cidade de Belém (PA), tendo o objetivo de avaliar a qualidade do ar interno e propondo melhorias que visaram o aumento do conforto ambiental e a diminuição de danos à saúde dos frequentadores. O sistema de ventilação é realizado por 13 Splits divididos entre o pavimento térreo, o acervo e o 1º pavimento. Na análise qualitativa foram detectadas colônias de fungos/mofos no térreo, acervo e 1º pavimento, falta de manutenção e limpeza nos Splits, e falta de ventilação natural. Na avaliação quantitativa, os parâmetros selecionados para amostragem foram: Material Particulado (PM10, PM2,5 e PM1,0), Formaldeído (HCHO), Compostos Orgânicos Voláteis (COV), Umidade, Temperatura e Dióxido de Carbono (CO2). A temperatura e a umidade em alguns ambientes analisados possuíam valores acima do limite de tolerância adotado, chegando a 26 ºC no térreo, e a umidade acima dos 60 % no 1º pavimento. Apesar de não exceder o limite de tolerância adotado, o valor medido de CO2 se torna elevado quando comparado com o valor medido no ambiente externo e/ou quando o ambiente possui frequentadores, chegando a 992 ppm no pavimento térreo ocupado por 28 pessoas. A taxa de renovação de ar é insuficiente nos ambientes sendo necessário um sistema de renovação de ar eficiente, e/ou instalação de ventiladores exaustores. Os outros parâmetros que foram medidos, tais como HCHO, COV, MP10, MP2,5 e MP1,0, estão dentro do limite de tolerância adotado. A Biblioteca possui um sistema de climatização no total de 644.000 BTU nos 3 ambientes, porém não possui Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC), conforme determina a Lei nº 13.589/18. Foi feito um acompanhamento informal durante a limpeza dos Splits, no qual se identificou pontos negativos como: procedimentos realizados de forma inadequada, falta de EPI, necessidade de troca de filtros dos Splits, falta de manutenção regular dos equipamentos, entre outros. Neste trabalho foi elaborada uma proposta de PMOC para ser implantada, além de um questionário para identificar os índices de qualidade do ar (IQA) na Biblioteca. A proposta deste trabalho é importante porque ajuda na realização das manutenções periódicas dos Splits, que vai aumentar a vida útil dos equipamentos, trazer economia de energia e reduzir os gastos com os equipamentos, resultando no aumento do conforto ambiental, na melhora da qualidade do ar, e na diminuição dos danos à saúde.