dc.description.abstract | O gênero Tabernaemontana pertencente à família Apocynaceae possui plantas que são usadas para fins medicinais desde a antiguidade, sendo utilizadas como: antioxidante, inibição enzimática, antitumoral e citotoxica, anti-inflamatória, antinociceptiva, neurofarmacológica, cardiovascular, antiprotozoária, antimicrobiana, antibacteriana, antifúngica e antiviral. A ação farmacológica esta relacionada a biossíntese de alcaloides do “tipo-iboga” que são encontrados nas mesmas. A espécie Tabernaemontana catharinensis A. DC. possui alguns alcaloides do tipo-iboga que apresentam atividade anticolinesterásica na mesma ordem de grandeza do fármaco de origem natural que é utilizado na clínica atualmente (galantamina). Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo realizar experimentos de biossíntese dirigida pelo precursor (BDP) em raízes adventícias e plântulas de T. catharinensis A. DC. a fim de se produzir novos alcaloides análogos aos naturais. Toda nova diversidade química pode gerar nova diversidade biológica. Assim, gerar novos análogos dos alcaloides do tipoiboga possivelmente pode potencializar a atividade anticolinesterásica destes. Os resultados obtidos por biossíntese dirigida pelo precursor mostraram a biossíntese de doze possíveis novos alcaloides não-naturais (sendo três deles encontrados somente nas raízes das plântulas), os quais podem ser mais promissores do que os alcaloides do tipo-iboga naturais. Após fracionamento cromatográfico dos extratos foi possível verificar por RMN 1D e 2D a presença de dois possíveis análogos fluorados dos alcaloides do tipo-iboga. Os estudos de marcação isotópica são uma ferramenta importante no estudo de biossíntese, pois uma vez que é elucidada a via operante pode-se predizer quais são as enzimas envolvidas e então é possível manipulá-las para aumentar a produção do composto de interesse, bem como gerar novas moléculas. Neste trabalho foi confirmado a participação das rotas metabólicas do triptofano (via do chiquimato), e da secologanina [via do mevalonato (MVA) e triose-piruvato (MEP) concomitantemente] na produção dos alcaloides tipo-iboga em T. catharinensis A. DC., e estas vias foram confirmadas por marcação isotópica pela primeira vez na literatura. | |