Representações sociais na perspectiva sócio-antropológica de Bourdieu sobre afetividade no desempenho dos gerentes da atenção básica à saúde
Abstract
O objetivo do estudo foi conhecer e analisar as representações sociais sobre efetividade dos serviços de saúde, demandas e ações realizadas, sob a ótica de gerentes de UBS’s e ESF’s no município de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, Brasil. O trabalho fundamentou-se na abordagem metodológica da pesquisa qualitativa, tendo como referencial teórico o conceito de “habitus”, desenvolvido pelo o antropólogo e sociólogo francês Pierre Bourdieu, que buscou analisar a forma como o indivíduo se situa, pensa, age, assume posições políticas e morais na sociedade, criando estratégias individuais e coletivas para posicionar-se e manter-se no espaço social onde presta seus serviços. A pesquisa almejou também verificar se o modelo sócio, político, econômico e cultural imposto pelo campo onde os indivíduos da pesquisa submetem seus serviços, influenciam suas relações com o público alvo de suas ações, originando ou não bases estruturais que fomentam a distinção e violência simbólicas. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semi estruturadas com gerentes oriundos de Unidades Básicas de Saúde e equipes da Estratégia Saúde da Família. A construção dos dados da pesquisa se deu também pela observação livre e a análise através da interpretação de sentidos sob a luz das representações sociais em conjunto com a hermenêutica-dialética. Os resultados apontaram que o compromisso, a autonomia, o gerenciamento, a demanda, os princípios/normas, a cadeia de valor e a dicotomia público/privado configuraram a decomposição máxima dos elementos das representações desses gerentes e formaram as categorias que corroboraram, em seus sentidos, a ideia da promoção de sustentações que estimulam a distinção e violência simbólicas, num habitus estruturado e reestruturado no espaço de trabalho.