Avaliação da formação de subprodutos orgânicos halogenados em água de reuso não potável com o uso de desinfetantes clorados
Data
2018Metadados
Mostrar registro completoResumo
Devido à diminuição da disponibilidade de água potável, torna-se evidente a necessidade do reuso, que além de reduzir a demanda sobre os mananciais, pode ser empregado em meios agrícolas, industriais, urbanos e ambientais. O objetivo desse trabalho foi avaliar a formação de subprodutos orgânicos halogenados (SOH) em efluente sanitário tratado por processo biológico de lodos ativados, com o uso de quatro desinfetantes clorados, sendo o hipoclorito de sódio comercial, o hipoclorito gerado in loco (HGIL), o dicloroisocianurato de sódio (DCIS) e o ácido tricloroisocianúrico (ATCI). Foram empregadas as metodologias de ensaios de demanda de cloro, ensaios de dosagem única de cloro em um mesmo tempo de contato e ensaios de potencial de formação de subprodutos orgânicos halogenados de 7 dias (PFSOH7d), a fim de avaliar qual dos quatro desinfetantes atende plenamente à legislação vigente e ao mesmo tempo garante o fornecimento de água de reuso segura devido à menor concentração de SOH formados. De acordo com os resultados, verificou-se que o simples tratamento biológico do efluente e sua posterior desinfecção com cloro não são suficientes para garantir água de reuso com qualidade requerida na USEPA (2004), na NBR 13.969 (ABNT, 1997) e na Resolução Conjunta SES/SMA/SSRH nº 01 (SÃO PAULO, 2017). Nos ensaios de demanda foi identificada uma possível combinação do cloro com o nitrogênio amoniacal quando utilizado o HGIL, que mesmo com menor formação de subprodutos, deixou uma lacuna quanto à eficiência de remoção de coliformes; os resultados do cálculo da absorbância ultravioleta específica (SUVA), obtidos a partir dos resultados da absorbância a 254 nm e do carbono orgânico dissolvido (COD) para a determinação da potencialidade de formação de subprodutos, quando utilizada uma matriz de carbono oriunda de efluente sanitário tratado, foram discrepantes dos resultados demonstrados na literatura, que enfatiza que quanto maior a SUVA, maior a formação de subprodutos quando a matriz de carbono provém de matéria orgânica natural (MON); desta forma, ficou evidente que apenas a quantificação da abs254nm e do COD para a determinação do parâmetro SUVA para comprovar a potencialidade de formação de subprodutos pode não ser de inteira confiança quando trata-se de uma matriz de carbono diferente da MON. O ensaio de dosagem única de cloro serviu para ratificar a elevação da concentração de carbono orgânico total e dissolvido (COT e COD), bem como maior formação de SOH quando são utilizados os desinfetantes clorados orgânicos DCIS e ATCI. Já nos ensaios de PFSOH7d foram identificadas altas concentrações de clorofórmio e cloro hidrato em 100% nas amostras analisadas, que explicita a necessidade de um tratamento preliminar como a coagulação química seguida de filtração direta para remoção dos precursores do efluente sanitário e consequente inibição da formação de subprodutos ou emprego de uma coluna de adsorção com carvão ativado granular (CAG) para remoção dos subprodutos formados.