| dc.description.abstract | O descarte inadequado de resíduo têxtil provindo do setor de corte das indústrias de confecção do vestuário é uma prática comum executada principalmente, por micro e pequenas que se mantêm a margem da legislação ambiental. Esta problemática está atrelada as características físicas e químicas do resíduo formado por tecidos fragmentados misturados a plásticos, papéis e papelão, e compostos por combinações de beneficiamentos têxteis e fibras com predominância de poliéster, que dificultam o processo de triagem para tratamentos futuros e desvaloriza o resíduo para fins de comercialização. Para recuperar os resíduos têxteis com misturas de fibras, sobretudo aqueles com fibras de poliéster, a pesquisa se propôs a: diagnósticar a composição gravimétrica dos resíduos provenientes do setor de corte da indústria de confecção do vestuário de pequeno porte e sua dinâmica de triagem; realizar análise termogravimétrica para verificar a viabilidade de aplicação no processo de pirólise, quantificar e caracterizar os subprodutos sólidos, líquidos e gasosos gerado no processo pirolítico em escala de bancada. A triagem dos resíduos foi realizada por um período de 12 meses e os resíduos de composição mais frequente foram triturados e caracterizados, assim como os subprodutos gerados após o processo pirolítico. Foram conduzidas análises imediatas elementar e termogravimétrica, teor de carbono fixo, poder calorífico, Espectroscopia de Infravermelho-FTIR, Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), perfil de secagem, densidade aparente, teor de Carbono Orgânico Total (COT) e Cromatografia Gasosa com Espectro de Massas (CG/EM). O processo pirolítico foi conduzido em reator cilíndrico e horizontal de leito fixo sem fluxo de gás em escala de bancada, nas temperaturas de 500°C e 700°C e tempos de 30 e 60 min. Os resultados mostraram que, o volume de resíduo têxtil (9.868,05 kg) foi pouco para sustentar um setor de triagem em tempo integral e muito volumoso para ser amazenado pela empresa de confecção participante. A maior proporção dos resíduos foi de fibra mista com predominânicia das fibras de poliéster (28,7%) e viscose (7,1%). Os estudos termogravimétricos mostraram que o resíduo têxtil composto por fibras de poliéster obstruiu o sistema pirolítico, mas quando misturado a fibra de viscose (CV), o processo pirolítico ocorreu normalmente. Os resultados físico-químicos da biomassa e dos subprodutos gerados, apresentaram características para uso posterior na indústria química e de energia, pois o poder calorífico foi superior a 4.389 Kcal/kg em função do baixo teor de umidade e cinzas, alto teor de material volátil, baixa densidade (<5%) e o alto teor de C e H encontrados nos resíduos têxteis CV (47,10%) e CV/PES (54,76%). No bio-óleo foi diagnosticada a presença significativa de compostos furfurais; uréia, N-etil-N-nitroso e os ácidos: acético, propanóico, fórmico e benzóico relacionados à degradação da celulose, hemicelulose, lignina e éster adequados para a indústria de resina e adesivo, indústria de alimentos, indústria farmacêutica e energia. Já o biocarvão foi equiparado ao carvão betuminoso nos dos teores de C, N e H e teor de TOC. Diante do exposto, o resíduo têxtil analizado 100% CV e 55%CV/45%PES apresentaram características físicoquímicas favoráveis não só a produção de energia, mas também para uso em outros setores industriais. | |
